sábado, 9 de abril de 2011

Periodos da Filosofia

A filosofia difere da ciência, porque necessita da história. Nenhum filósofo começa do zero, mas acrescenta ao que o filósofo precedente já descobriu. Pode-se dizer que a história da filosofia é a soma das contribuições que cada filósofo deu ao quebra-cabeça que é a experiência humana. Vem um filósofo e dá uma solução, e todos aclamam como a melhor; tempo mais tarde, vem outro e dá outra solução para o mesmo problema, e assim sucede no tempo.

# FILOSOFIA ANTIGA
- PRÉ-SOCRÁTICOS
Representantes

Para Tales de Mileto, considerado o pai da filosofia, a substância primordial era a água; para Anaximandro de Mileto, o apeíron, termo grego que significa o indeterminado, o infinito; para Anaxímenes de Mileto, que tentou uma possível conciliação entre Tales e Anaximandro, o ar; para Pitágoras de Samos, o número, e assim por diante.
- PERÍODO CLÁSSICO OU GREGO ROMANO
Essência
: interesse no homem e nas suas relações em sociedade, com predominância das questões metafísicas e morais.
Representantes

Passada a fase cosmogônica, os filósofos deste período começaram a se interessar pelo próprio ser humano e suas relações na sociedade. Essa nova fase denominou-se sofista.
Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão.
Os sofistas eram professores ambulantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de Filosofia. A função deles não era o estabelecimento de uma verdade única, mas o poder da argumentação. Por isso, ensinavam aos seus alunos os conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados, utilizando o jogo de raciocínios e arte de convencer os seus oponentes, driblando as teses dos adversários.
1) PROTÁGORAS DE ABDERA
É considerado o mais importantes dos sofistas, ensinava que o homem é "a medida de todas as coisas".
2) SÓCRATES DE ATENAS
É considerado o marco divisório da história da Filosofia grega. Ele era também considerado um sofista, pois o seu estilo de vida muito se assemelhava ao dos sofistas profissionais. Saía de casa cedo e ia às praças públicas discutir com os jovens sobre toda a gama de conhecimentos. A diferença entre ele e os sofistas é que não o fazia pelo recebimento de dinheiro, mas pelo prazer de levar as pessoas a pensarem pela própria cabeça.
Para atingir tal finalidade, criou o seu próprio método que, depois, foi denominado de maiêutica e ironia. Na ironia, confundia o saber que as pessoas tinham sobre um determinado assunto; na maiêutica, levava-os a uma nova visão do problema, aprofundando-o sempre, sem, contudo, chegar a uma conclusão definitiva.
3) PLATÃO DE ATENAS
Discípulo de Sócrates, concebeu a teoria das idéias, em que procura explicar como se desenvolve o conhecimento. Segundo ele, o conhecimento se desenvolve pela passagem do mundo das sombras para o mundo verdadeiro, ou seja, o mundo das essências. Para atingir tal conhecimento, Platão propõe o método da dialética, que consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, no sentido de aprimorar o conhecimento.
4) ARISTÓTELES DE ESTAGIRA
Discípulo de Platão, é considerado o pai da lógica, ferramenta básica do raciocínio. Segundo ele, a finalidade primordial das ciências seria desvendar a constituição essencial dos seres, procurando defini-la em termos reais. Conforme Aristóteles, o movimento e a transitoriedade ou mudança das coisas se resume na passagem da potência ao ato. Exemplo: uma semente é potencialmente uma árvore, pois a plantando, podemos com o tempo vê-la crescer e frutificar.
4. FILOSOFIA MEDIEVAL
Essência
Representantes
Anotações
Na Idade Média não existia uma Filosofia, mas correntes de opiniões, doutrinas e teorias, denominadas de Escolástica. Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho são seus principais representantes. Buscava-se conciliar fé com razão. O método utilizado é o da disputa: baseando-se no silogismo aristotélico, partiam de uma intuição primária e, através da controvérsia, caminhavam até às últimas conseqüências do tema proposto. A finalidade era o desenvolvimento do raciocínio lógico.
1) SANTO AGOSTINHO
Santo Agostinho (354-430), influenciado por Platão, é o pensador que mais se destaca nesse período.
Deixou formulado indicando o caminho para a sua solução - o problema das relações entre a Razão e Fé, que será o problema fundamental da escolástica medieval. Ao mesmo tempo demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Entretanto, defronta-se com um primeiro obstáculo no caminho da verdade: a dúvida cética, largamente explorada pelos acadêmicos. Como a superação dessa dúvida é condição fundamental para o estabelecimento de bases sólidas para o conhecimento racional, Santo Agostinho, antecipando o cogito cartesiano, apelará para as evidências primeiras do sujeito que existe, vive, pensa e duvida.
Em relação ao platonismo, o posicionamento de Santo Agostinho não é meramente passivo, pois o reinterpreta para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo, convencido de que a verdade entrevista por Platão é a mesma que se manifesta plenamente na revelação cristã. Assim, apresenta uma nova versão da teoria das idéias, modificando-a em sentido cristão, para explicar a criação do mundo.
Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as idéias divinas. Essas idéias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia. (Rezende, 1996, p. 77 e 78).
2) SANTO TOMÁS DE AQUINO
Santo Tomás de Aquino (1221-1274), influenciado por Aristóteles, é o pensador que mais se destaca na Escolástica.
Santo Tomás representa o apogeu da escolástica medieval na medida em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.
Há distinção, mas não oposição entre as verdades da razão e as da revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, estando-lhe subordinada. Por isso o conteúdo das verdades reveladas pode estar acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela. (Rezende, 1996, p. 81).

: São Justino (165 d.C.), Tertuliano (nasc. 155 d.C.), Santo Agostinho (354-430), Santo Anselmo (1033-1109), Pedro Abelardo (1079-1142), Santo Tomás de Aquino (1221-1274), John Duns Scot (1270-1308) e Guilherme Ockham (1229-1350)
: conciliar fé com razão.
: Protágoras de Abdera (480-410 a.C.), Górgias de Leontini (487-380 a.C.), Sócrates de Atenas (469-399 a.C.) Platão de Atenas (427-347 a.C.), Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.), Zenão de Cítio (336-263 a.C.) e Epicuro (342-271 a.C.).
: Tales de Mileto (623-546 a.C.), Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.), Pitágoras de Samos (570-490 a.C.), Heráclito de Éfeso (?), Parmênides de Eléia (510-470 a.C.), Zenão de Eléia (488-430 a.C.), Empédocles de Agrigento (490-430 a.C.) e Demócrito de Abdera (460-370 a.C.)
descobrir, com base na razão e não na mitologia, o princípio único (o arché, grego) existente em todos os seres físicos.

Mitologia Grega

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos.
Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
 Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos,  políticos e culturais.
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :

- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e
Aquiles.
-
Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
- Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.

O Minotauro 
É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.
Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.
Deuses gregos
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos.
Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.
Conheça os principais deuses gregos :
Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.
Poseidon
- deus dos mares Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de
artes.Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem.Ares - divindade da guerra..
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de
AtenasCronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempo
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações
Hefesto - divindade do fogo e do trabalho.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Narradores de Javé: a memória entre a tradição oral e a escrita

Resumo critico:

Narradores de Javé: a memória entre a tradição oral e a escrita
Autor: Maria Aparecida Bergamaschi

      O filme Narradores de Javé é uma homenagem aos contadores de historias e ao prazer de contar causos ocorridos ou inventados e a sedução que exercem.
     No filme mostra temas de uma forma muito forte é a memória e a oralidade, que os narradores de Javé confrontam com a escrita, mostra a memória de uma forma dinâmica e não como algo guardado que a qualquer momento pode ser resgatado. E a ameaça concreta de inundação de suas terras, e não terem nenhum documento formal que diga que lhe pertence, surgindo à necessidade de usar a escrita, ate então desprezada pelos moradores da cidade, eles visão a buscar a sua origem individual e coletiva do seu povo, a relação entre historia e memória e complexa dificultando colocar no papel, que para eles era o livro que ia salvar sua cidade, a suas lembranças, as historias que estão na cabeça.      Historia e memória são construções, elas ocorrem em um capo delicado, pois cada morador tem sua versão do fato e querem construir um passado levando em conta seus próprios interesse pessoais.
      Memória é uma constituição no presente e tem como função manter uma coesão do grupo, no filme seria um livro com as narrativas dos moradores de Javé, mas eles guardam para si suas próprias memórias e selecionam seus próprios anseios diferenciando assim o passado de cada um, mesmo que tenham vivido a mesma época e lugar.
      Quando um acontecimento e registrado de uma forma escrita não se pode mudar, e um “causo” cada vez que e contado pode ser passado de uma forma diferente, pois não a obrigatoriedade de se utilizar a mesma palavra toda vez que for contado, mas e impossível dissociar as duas praticas diante da força da memória e da tradição oral, pois os registros escritos não apagam a experiência vivida, pois a memória e um elemento de extrema importância na construção da escrita.

“ A oralidade permite um refazer constate do passado a ponto de não se separá-lo do presente”




Cultura material, oralidade e simbologia.

Resumo Critico do texto:

Autor : Vicente Geraldo Amâncio Diniz Oliveira

      Filosofia e a valorização, tanto de cultura material como da riqueza espiritual e princípios éticos dos diversos grupos que compõem o mosaico cultural africano, evidencia o legado de gerações passadas ás novas gerações.
      Ao falar das visões e percepções tradicionais da cultura africana,critica os juízos de teóricos externos e essa cultura, mas uma verdadeira filosofia caracteriza-se pela idéia de sistema, que pressupõe, ao mesmo tempo, a síntese e a abstração, duas características pouco freqüentes na África negra, no dizer no teórico, mas pelo fato de um investigador africano afirmar que a África tem filosofias superiores ou semelhantes ás conhecidas na Europa ou em qualquer lugar do mundo que as culturas tradicionais africanas ficariam em evidencia. Por outro lado, não e tampouco pelo fato de um pensador, por mais eminente que seja, declarar que não há filosofia em África, mas visões e percepções de mundo, idéias fragmentadas,carentes de síntese e de abstração, que desapareceriam os valores produzidos e renovados pelo espírito criador africano.
       A concepção de mundo africano,dessa forma,evidencia-se como dinâmica, mesmo quando se busca preservar a herança dos antepassados transmitidas ás novas gerações pela oralidade. Cabe ao homem africano a elaboração continua do mundo na perspectiva de se buscar conhecer e mergulhar na realidade circundante, interagindo com sua dinamicidade.
      África tem povos e culturas vivas,portanto existem,no continente “filosofias populares”, parece não haver portanto razão para se supor que as filosofias populares da África sejam uniformes, para as diversas culturas africanas não há, freqüentemente necessidade de conceituação e discussão de suas particularidades.
      Um questionamento e a negação imposta ao homem negro,visto como destruidor de racionalidade,atributos inerentes ao ser humano, essa dependência pressupostos da “filosofia branca” poderia levar a “filosofia negra” a assumir uma postura etnocêntrica, tal como aconteceu ao movimento negritudinista por este motivo dialogo entre a filosofia ocidental e a percepção de mundo africano,penso ser possível fazer algumas aproximação entre ambas.
      Platão um grande filosofo escreveu um livro chamado A Republica que ele escreve não apenas como filosofo, mas também como legislador,sistematizando os parâmetros que regem a vida em sociedade, pois cabe ao homem colocar-se como síntese na convergência de tais forças, que não são vistas como iguais, mas escalonadas, a primizia desse hierarquia pertence a dinvidade que criou todos os outros poderes,fortalecendo aqueles que a invocam.
      O valor dado a palavra transmitida oralmente aproximaria o homem africano de uma tradição filosófica contemporânea. O homem africano tem uma visão espiritualista-mistica do universo e uma profunda sensibilidade para com o sagrado, nessa perspectiva, não há qualquer contradição entre razão e sensibilidade. A religião não é senão a vivencia de uma visão de mundo que não pode deixar de ser religiosa, de uma filosofia que reúne logo racional e a abertura a instituição espiritual, como espaço determinantes na ação e na vivencia ético-comunitaria  do individuo.
      Mesmo não havendo a sistematização de toda essa vivencia, de toda uma herança cultural,pode-se falar de um conjunto de princípios sempre passados ás novas gerações pela oralidade, há uma filosofia africana que se assenta no principio da unidade, visto no homem africano em geral, no seu sentimento de pertença ao universo e em sua atitude diante do invisível, do lugar que acredita ocupar na criação. Essa visão filosófica do mundo manifesta-se evidentemente no diverso, no mosaico cultural do continente africano.
      O principio basiliar dessa filosofia, que se expressa segundo as diferenças culturais, apóia-se na idéia de que a criação esta unida pela participação vital, a intercomunhão do homem e o encontro entre imanência e transcendência, que constituem uma única realidade.