Autor : Vicente Geraldo Amâncio Diniz Oliveira
Filosofia e a valorização, tanto de cultura material como da riqueza espiritual e princípios éticos dos diversos grupos que compõem o mosaico cultural africano, evidencia o legado de gerações passadas ás novas gerações.
Ao falar das visões e percepções tradicionais da cultura africana,critica os juízos de teóricos externos e essa cultura, mas uma verdadeira filosofia caracteriza-se pela idéia de sistema, que pressupõe, ao mesmo tempo, a síntese e a abstração, duas características pouco freqüentes na África negra, no dizer no teórico, mas pelo fato de um investigador africano afirmar que a África tem filosofias superiores ou semelhantes ás conhecidas na Europa ou em qualquer lugar do mundo que as culturas tradicionais africanas ficariam em evidencia. Por outro lado, não e tampouco pelo fato de um pensador, por mais eminente que seja, declarar que não há filosofia em África, mas visões e percepções de mundo, idéias fragmentadas,carentes de síntese e de abstração, que desapareceriam os valores produzidos e renovados pelo espírito criador africano.
A concepção de mundo africano,dessa forma,evidencia-se como dinâmica, mesmo quando se busca preservar a herança dos antepassados transmitidas ás novas gerações pela oralidade. Cabe ao homem africano a elaboração continua do mundo na perspectiva de se buscar conhecer e mergulhar na realidade circundante, interagindo com sua dinamicidade.
África tem povos e culturas vivas,portanto existem,no continente “filosofias populares”, parece não haver portanto razão para se supor que as filosofias populares da África sejam uniformes, para as diversas culturas africanas não há, freqüentemente necessidade de conceituação e discussão de suas particularidades.
Um questionamento e a negação imposta ao homem negro,visto como destruidor de racionalidade,atributos inerentes ao ser humano, essa dependência pressupostos da “filosofia branca” poderia levar a “filosofia negra” a assumir uma postura etnocêntrica, tal como aconteceu ao movimento negritudinista por este motivo dialogo entre a filosofia ocidental e a percepção de mundo africano,penso ser possível fazer algumas aproximação entre ambas.
Platão um grande filosofo escreveu um livro chamado A Republica que ele escreve não apenas como filosofo, mas também como legislador,sistematizando os parâmetros que regem a vida em sociedade, pois cabe ao homem colocar-se como síntese na convergência de tais forças, que não são vistas como iguais, mas escalonadas, a primizia desse hierarquia pertence a dinvidade que criou todos os outros poderes,fortalecendo aqueles que a invocam.
O valor dado a palavra transmitida oralmente aproximaria o homem africano de uma tradição filosófica contemporânea. O homem africano tem uma visão espiritualista-mistica do universo e uma profunda sensibilidade para com o sagrado, nessa perspectiva, não há qualquer contradição entre razão e sensibilidade. A religião não é senão a vivencia de uma visão de mundo que não pode deixar de ser religiosa, de uma filosofia que reúne logo racional e a abertura a instituição espiritual, como espaço determinantes na ação e na vivencia ético-comunitaria do individuo.
Mesmo não havendo a sistematização de toda essa vivencia, de toda uma herança cultural,pode-se falar de um conjunto de princípios sempre passados ás novas gerações pela oralidade, há uma filosofia africana que se assenta no principio da unidade, visto no homem africano em geral, no seu sentimento de pertença ao universo e em sua atitude diante do invisível, do lugar que acredita ocupar na criação. Essa visão filosófica do mundo manifesta-se evidentemente no diverso, no mosaico cultural do continente africano.
O principio basiliar dessa filosofia, que se expressa segundo as diferenças culturais, apóia-se na idéia de que a criação esta unida pela participação vital, a intercomunhão do homem e o encontro entre imanência e transcendência, que constituem uma única realidade.
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